O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, vítima de uma tentativa de assassinato em maio, afirmou, nesta sexta-feira (5), que teria acompanhado seu homólogo húngaro, Viktor Orban, em uma polêmica viagem à Rússia, caso suas condições de saúde permitissem.
Orban se reuniu nesta sexta em Moscou com o presidente russo, Vladimir Putin, para discutir o conflito na Ucrânia, apesar de uma onda de críticas da União Europeia.
O político ultraconservador, que mantém um vínculo próximo com a Rússia, assumiu neste mês a presidência rotativa semestral da UE.
No dia seguinte, Orban fez uma visita a Kiev e pediu ao presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, que considerasse um "cessar-fogo" com a Rússia.
"Quero expressar minha admiração ao primeiro-ministro húngaro por viajar a Kiev e Moscou sem hesitar", declarou Fico.
"Se meu estado de saúde tivesse permitido, eu teria adorado acompanhá-lo", afirmou em um discurso perto de Bratislava, durante sua primeira aparição pública desde o ataque de 15 de maio.
"Nunca há conversas e iniciativas de paz suficientes", acrescentou.
Fico pronunciou seu discurso de pé, embora parecesse ter perdido peso e sua voz soasse mais fraca do que antes do ataque.
Tanto a Hungria quanto a Eslováquia se recusaram a fornecer ajuda militar à Ucrânia sob os governos de Orban e Fico, considerados os aliados mais próximos da Rússia na União Europeia.
Fico, de 59 anos, se recupera atualmente dos graves ferimentos que sofreu ao receber quatro tiros à queima-roupa após uma reunião do governo na cidade de Handlova, no centro do país.
O primeiro-ministro lidera uma coalizão tripartite formada pelo seu partido populista de centro Smer-SD, o partido centrista Hlas e a formação de extrema direita SNS.
* AFP