Um sul-africano de 44 anos foi acusado por um tribunal de Joanesburgo de esfaquear uma mulher até a morte e de ferir o filho e o marido dela, devido ao apoio da família à causa palestina.
Grayson Beare responderá por homicídio e tentativa de homicídio após o ataque de domingo nos arredores de Durban, no leste da África do Sul, segundo os promotores.
"A mulher morreu e os seus familiares, também supostamente esfaqueados várias vezes, estão gravemente feridos", disse a porta-voz do procurador, Natasha Ramkisson-Kara.
O homem foi preso no local do crime, na casa de seus vizinhos, na manhã de domingo, "em posse de uma faca ensanguentada", disse a polícia.
"A mulher estava morta, os dois feridos foram levados às pressas para o hospital", acrescentou.
A polícia afirmou inicialmente que não sabia o motivo do ataque. Mas a filha de dez anos, a única da família que permaneceu a salvo, garantiu aos detetives que "o suspeito alegou que os esfaqueou porque apoiavam a Palestina".
Em um vídeo publicado online, o suspeito, que aparece com os tornozelos algemados após a sua detenção no que parece ser um hospital, pode ser ouvido dizendo que tem família em Israel e associando o crime às opiniões das vítimas sobre a guerra em Gaza.
O tribunal postergou as audiências para a próxima semana, para ampliar a investigação e proceder a uma avaliação psiquiátrica do suspeito.
Desde outubro, o conflito em Gaza tem repercutido fortemente na África do Sul, país que tem a maior comunidade judaica da África Subsaariana.
O governo, liderado pelo partido Congresso Nacional Africano, apoia fervorosamente a causa palestina. Em dezembro, a África do Sul apresentou uma queixa contra Israel por "genocídio" em Gaza perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ).
A guerra em Gaza começou com uma agressão sem precedentes do movimento islamista palestino Hamas em solo israelense, em 7 de outubro, que deixou 1.194 mortos, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados israelenses.
Em retaliação, Israel lançou uma vasta ofensiva militar que deixou 36.550 mortos até agora, segundo o Hamas.
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* AFP