A polícia turca deteve, neste domingo (30), 11 pessoas que participaram da marcha do Orgulho LGBTQIA+ em Istambul, reunindo brevemente centenas de manifestantes que desafiaram a proibição imposta pelas autoridades.
Com bandeiras arco-íris e gritos de protesto, os manifestantes conseguiram marchar por cerca de dez minutos pela avenida Bagdá, uma das principais artérias da cidade, antes de dispersarem na tentativa de evitar as forças de segurança.
Onze manifestantes foram detidos por violar a proibição imposta pelas autoridades, conforme relataram os organizadores da marcha na rede social X neste domingo à noite. Dois jornalistas da AFP foram testemunhas de várias das detenções.
As autoridades proibiram o evento, como fazem todos os anos desde 2015, pois alegam que a convocação veio de "grupos ilegais".
Em outra parte de Istambul, a grande Praça Taksim, um local tradicional de protestos, foi isolada e vários policiais filtravam os acessos à grande Avenida Istiklal, observou outro jornalista da AFP.
Várias estações de metrô próximas também foram fechadas.
A homossexualidade não é considerada crime na Turquia, mas a homofobia é comum e o presidente Recep Tayyip Erdogan frequentemente chama a comunidade LGBTQIA+ de "perversa" e afirma que ela é uma ameaça à família tradicional.
Até 2014, Istambul, a maior cidade da Turquia, reunia milhares de pessoas para a marcha do Orgulho, que usavam o evento para expressar suas demandas e criticar o governo islamoconservador, no poder desde 2002.
* AFP