Especialistas da ONU condenaram, nesta segunda-feira (6), em um comunicado, a violência "inaceitável contra mulheres e crianças em Gaza, desde o início da guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas, incluindo a violência sexual e supostos desaparecimentos forçados.
"Estamos consternados ante o fato de que as mulheres sejam o alvo de ataques tão perversos, indiscriminados e desproporcionais por parte de Israel, que aparentemente não se priva de esforços para destruir suas vidas e privá-las de seus direitos humanos fundamentais", declararam esses sete relatores especiais.
Esses especialistas, entre eles a relatora especial da ONU nos territórios palestinos ocupados, Francesca Albanese, que está proibida de entrar em Israel, são designados pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, mas não falam em seu nome.
Israel emitiu um comunicado em que acusa os especialistas de "ignorar a militarização sistemática por parte do Hamas dos locais de saúde e das infraestruturas civis na Faixa de Gaza".
Israel lançou uma operação militar contra o Hamas na Faixa de Gaza, após o ataque do movimento islamista palestino em 7 de outubro.
"Ao publicar tal declaração, os assinantes tentam criar uma narrativa alternativa, que reproduz a agenda de uma organização terrorista que destrói ativamente a vida da população palestina em Gaa", indica o comunicado.
Os especialistas da ONU apontam que a destruição maciça de casas em Gaza e as condições de vida precárias nas barracas têm um impacto desproporcional sobre as mulheres e as crianças.
"Mulheres grávidas e lactantes continuam sendo tratadas de forma terrível, com bombardeios diretos contra hospitais e negação deliberada de acesso a centros de saúde por franco-atiradores israelenses, além da falta de leitos e recursos médicos", afirmam.
Cerca de 50.000 mulheres palestinas grávidas e 20.000 recém-nascidos enfrentam "riscos inimagináveis", afirmam.
"Mais de 183 mulheres dão à luz todos os dias sem anestesia, enquanto centenas de bebês morrem devido à falta de eletricidade para as incubadoras", acrescentam.
Elas também estão chocadas com os relatos - sem fontes em sua declaração - de agressões e violência sexual contra mulheres e meninas, "especialmente aquelas detidas pelas forças israelenses".
Em sua declaração, Israel rejeita "categoricamente" essas alegações "infundadas" e diz que está pronto para investigar quaisquer alegações concretas.
Citando relatórios da ONU, os relatores também falam de mulheres e meninas que são vítimas de desaparecimentos forçados.
* AFP