O novo conselho de transição estabeleceu uma presidência rotativa de turnos de cinco meses no Haiti, para enfrentar a crise gerada pela nomeação de Edgard Leblanc Fils como líder na semana passada, segundo um decreto ao qual a AFP teve acesso nesta sexta-feira (10).
Esse órgão do governo assumiu a chefia do Estado após a demissão do polêmico premiê Ariel Henry, com o objetivo de restabelecer a ordem em um país abalado pela violência dos grupos criminosos. Mas a eleição do presidente desse grupo, que exerce o papel de coordenador, ameaçou rachar as autoridades recém-empossadas.
Leblanc Fils foi nomeado em 30 de abril, pelos nove membros do conselho: sete com direito a voto e dois observadores. O ato gerou polêmica porque ele e outros três membros anunciaram uma aliança política e sua intenção de votar como um bloco em todas as decisões, incluindo a nomeação do ex-ministro dos Esportes Fritz Bélizaire como primeiro-ministro.
A manobra inesperada deixou indignados os outros três membros do conselho, que rejeitaram a escolha. "Procedemos por consenso a uma presidência rotativa aplicável aos candidatos às eleições presidenciais de 30 de abril de 2024", diz o decreto. A decisão foi tomada "levando em conta a crise gerada, para evitar qualquer disfunção do conselho".
O ex-senador Leblanc Fils presidirá o grupo até 7 de outubro. Segundo o decreto, o conselho também se comprometeu a tomar suas decisões mais importantes, como a nomeação de um primeiro-ministro e um governo, por uma maioria de cinco votos sobre sete.
* AFP