O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, viajará a Istambul amanhã para se reunir com o colega Recep Tayyip Erdogan, anunciou a presidência da Turquia nesta quinta-feira (7).
"A situação entre a Ucrânia e a Rússia e os últimos contatos para a retomada de um corredor seguro no Mar Negro" serão o foco da reunião, informou a presidência turca em mensagem publicada na rede social X.
O Ministério das Relações Exteriores indicou que a reunião ocorrerá no Palácio de Dolmabahce, em Istambul, onde Erdogan recebeu Zelensky em julho de 2023. Segundo a mesma fonte, está prevista uma coletiva de imprensa no fim do dia, às 19h locais.
A visita de Zelensky a Istambul em 2023 foi sua primeira viagem à Turquia desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022. Naquela ocasião, o presidente ucraniano teve uma longa reunião com o presidente turco, que mantém vínculos estreitos tanto com Kiev quanto com Moscou e é um mediador-chave.
As autoridades ucranianas insistem que precisam desesperadamente de mais ajuda militar e financeira para enfrentar a ofensiva russa.
Aproximadamente trinta países se reuniram em Paris nesta quinta-feira para discutir esse tema.
A União Europeia, após prolongadas negociações internas, desbloqueou em fevereiro uma ajuda de 50 bilhões de euros (R$ 270 bilhões), enquanto do lado dos Estados Unidos, uma soma de US$ 60 bilhões de dólares (R$ 296 bilhões) continua bloqueada há meses no Congresso devido à oposição dos republicanos.
A Turquia, que não aderiu às sanções das potências ocidentais, fornece drones de combate aos ucranianos e facilita o comércio com os russos, dos quais depende para seu abastecimento energético.
Erdogan foi um mediador crucial para alcançar um acordo que permitiu o transporte de grãos ucranianos no Mar Negro, em julho de 2022, uma negociação sob os auspícios da ONU que terminou quando a Rússia se retirou do pacto um ano depois.
Este acordo permitiu à Ucrânia exportar cerca de 33 milhões de toneladas de grãos, segundo as Nações Unidas, mas a Rússia criticou os obstáculos para suas próprias exportações agrícolas e de fertilizantes.
* AFP