O candidato opositor Bassirou Diomaye Faye foi confirmado oficialmente como o vencedor das eleições presidenciais no Senegal, com 54,28% dos votos, anunciou o Conselho Constitucional nesta sexta-feira (29).
O Conselho Constitucional informou que Faye venceu por ampla margem as eleições de domingo passado contra o candidato da situação, Amadou Ba, que obteve 35,79% dos votos, à frente de Aliou Mamadou Dia, que obteve 2,8%.
"O senhor Bassirou Diomaye Diakhar Faye foi eleito presidente da República do Senegal", informou o Conselho em uma resolução consultada pela AFP, que confirmou os números preliminares do pleito.
Faye, de 44 anos, já tinha recebido o reconhecimento de sua vitória na segunda-feira, depois que o candidato governista aceitou a derrota e o cumprimentou pela vitória "no primeiro turno".
O opositor, libertado da prisão dez dias antes das eleições, se descreveu durante a campanha como "a opção da ruptura", mas defendeu a "reconciliação nacional" após três anos de instabilidade e crise política.
Faye prometeu uma política de esquerda pan-africana e renegociar os contratos de gás e petróleo exatamente quando o país se prepara para iniciar a exploração de reservas descobertas recentemente.
O presidente francês, Emmanuel Macron, falou nesta sexta com Faye, antes da publicação dos resultados definitivos e reiterou os cumprimentos enviados na segunda-feira, expressando seu "desejo de prosseguir e intensificar a associação" entre os dois países, informou o Palácio do Eliseu.
A eleição estava prevista para 25 de fevereiro, mas o presidente em fim de mandato a adiou de última hora, provocando uma onda de violência.
Várias semanas de confusão puseram à prova a democracia do Senegal até que, finalmente, a votação foi reagendada para 24 de março passado.
A dez dias do pleito, Faye foi solto, juntamente com o opositor Ousmane Sonko, que travava, desde 2021, uma disputa com o poder, que em algumas ocasiões provocou protestos violentos.
Os dois tinham sido detidos em relação a esta disputa. Sonko não pôde se apresentar às eleições devido a uma condenação por difamação, mas apoiou Faye.
O Senegal é considerado um dos países mais estáveis da África Ocidental, uma região sacudida recentemente por vários golpes de Estado.
* AFP