Uma pessoa morreu neste domingo (28) em uma igreja católica de Istambul, Turquia, durante um ataque perpetrado no momento em que era celebrada uma missa.
O ataque aconteceu por volta de 11h40 (5h40 de Brasília) na igreja Santa Maria do distrito Sariyer de Istambul. A ação foi executada por um grupo de homens encapuzados, informou o ministro do Interior, Ali Yerlikaya, nas redes sociais.
Os jihadistas do Estado Islâmico reivindicaram o atentado por meio de seus canais no Telegram.
As autoridades turcas afirmaram inicialmente que tudo indicava ser um ataque contra uma pessoa, e não contra a Igreja Católica em geral.
Segundo o ministro Yerlikaya, uma pessoa que acompanhava a missa, identificada com as iniciais C. T., morreu no local.
A polícia turca deteve os dois agressores que fugiram após os disparos, anunciou Yerlikaya no final do domingo.
No momento do ataque, havia cerca de 40 pessoas no templo, informaram as autoridades, dando a entender que o ataque poderia ter causado mais vítimas.
"Depois do segundo disparo, a pistola não funcionou, então [os agressores] correram. Nesse momento, todo o mundo tinha se jogado no chão. Havia cerca de 35 ou 40 pessoas dentro" da igreja, disse aos jornalistas o administrador do distrito de Sariyer, Sukru Genc.
O governador de Istambul, Davut Gul, disse aos jornalistas no local do ataque que não havia feridos.
Policiais e ambulâncias foram enviadas ao local, uma igreja construída no século XIX, segundo imagens exibidas por canais de televisão.
Imagens registradas por câmeras de segurança antes do ataque mostram dois homens com máscaras pretas - um deles de óculos escuros -, com as mãos nos bolsos.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que se encontrava em um comício de seu partido na província de Eskisehir, no centro do país, telefonou para o pároco da igreja atacada e para outras autoridades locais e expressou suas condolências.
O mandatário afirmou que "os passos necessários foram adotados para deter os autores do ataque o mais rápido possível", segundo o seu gabinete.
Após a oração do Angelus, o papa Francisco expressou sua "proximidade com a comunidade" da igreja que foi alvo da violência.
- "Firme condenação" -
O ministro italiano das Relações Exteriores, Antonio Tajani, expressou "condolências" e a "firme condenação" ao ataque, em uma mensagem na rede social X. Ele declarou ter certeza de que "as autoridades turcas conseguirão deter os responsáveis".
O incidente aconteceu pouco mais de uma semana após a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, ter se reunido com o presidente turco em Istambul, em 20 de janeiro.
Os criminosos atiraram contra um cidadão em plena missa, disse Omer Celik, porta-voz do Partido pela Justiça e Desenvolvimento (AKP), que governa a Turquia.
"Nossas forças de segurança estão realizando uma investigação em larga escala", declarou. "Aqueles que ameaçam a paz e a segurança dos nossos cidadãos nunca alcançarão seus objetivos", acrescentou.
"Jamais permitiremos que aqueles que atentam contra nossa unidade e nossa paz ataquem as casas religiosas de nossa cidade", reagiu, por sua vez, o prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu.
A motivação do ataque ainda não foi determinada.
Em dezembro, as forças de segurança turcas prenderam 32 pessoas suspeitas de integrar o grupo extremista Estado Islâmico (EI) e de planejar atentados contra sinagogas, igrejas e a embaixada do Iraque.
As detenções aconteceram em nove cidades, incluindo Istambul e Ancara, a capital.
Nos últimos meses, a Turquia reforçou as operações contra os membros do EI, grupo que reivindicou vários atentados no país, incluindo o de 1º de janeiro de 2017 contra uma casa noturna de Istambul, que deixou 39 mortos.
* AFP