Os neozelandeses votaram, neste sábado (14), a favor de uma mudança de governo, e o primeiro-ministro em final de mandato, o trabalhista Chris Hipkins, aceitou a derrota de seu partido nas eleições legislativas após seis anos no poder.
Hipkins, que substituiu Jacinda Ardern este ano, disse que "não está em condições de formar um governo" e parabenizou seu rival, o conservador Christopher Luxon.
"O resultado desta noite não é o que qualquer um de nós queria, mas quero que vocês se orgulhem do que alcançamos nos últimos seis anos", declarou Hipkins a seus correligionários trabalhistas em Wellington.
Com 97% dos votos contados, o Partido Nacional e seu parceiro de coalizão ACT conquistaram 61 assentos, o suficiente para garantir a maioria em um parlamento de 120 cadeiras.
"Com base nos números atuais, parece que o Partido Nacional e o ACT estarão em posição de formar o próximo governo", afirmou Christopher Luxon.
O ex-executivo da companhia aérea Air New Zealand disse que os neozelandeses "votaram pela mudança".
A campanha eleitoral foi dominada pela situação econômica, cada vez mais difícil, e pelo aumento do custo de vida que afetou os neozelandeses.
Luxon, de 53 anos, que há quatro anos trabalhava no setor privado, prometeu medidas para reduzir a pressão fiscal para impulsionar a economia.
- Nova direção -
O vencedor passou sete anos como diretor-executivo da Air New Zealand e foi aclamado como um futuro líder ao entrar na política em 2019.
Em seus primeiros 100 dias no cargo, o Partido Nacional planeja lançar uma ofensiva contra a delinquência juvenil, a proibição de telefones celulares nas escolas e acabar com os aumentos dos impostos sobre combustíveis do governo trabalhista.
"Os neozelandeses vão despertar não só em um novo dia, mas com a promessa de um novo governo e de uma nova direção", disse Luxon aos seus partidários em Auckland, ressaltando que levará o país de volta para o "bom caminho".
Tanto Luxon como Hipkins tentaram atrair os eleitores com promessas de reduzir o elevado preço da gasolina, resolver a crônica escassez de moradia e conter a alta vertiginosa dos produtos alimentares básicos.
"Reduziremos o custo de vida. Vamos restabelecer a lei e a ordem. Vamos oferecer uma melhor atenção médica e educaremos os nossos filhos para que possam crescer e viver a vida com que sonham", insistiu Luxon.
Na pequena cidade de Waikanae, a uma hora de carro ao norte de Wellington, o açougueiro Terry McKee disse que o aumento do custo de vida foi a questão eleitoral mais importante.
"As coisas estão difíceis. As taxas de juros, os preços dos combustíveis, tudo está aumentando, mas não sei o que outro governo vai fazer", disse à AFP.
Após uma vitória retumbante em 2020 sob o comando da agora ex-primeira-ministra Jacinda Arden, o Partido Trabalhista registra, desta vez, uma dura derrota.
"Assumir depois da minha boa amiga Jacinda não ia ser uma tarefa fácil", admitiu Hipkins. "Quando aceitei este trabalho, sabia que seria uma batalha difícil", concluiu.
* AFP