Para o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, a guerra atualmente em curso no Oriente Médio é uma "catástrofe humanitária e sanitária". Desde sábado (7), quando o grupo terrorista Hamas atacou Israel, o exército israelense vem bombardeando a Faixa de Gaza, enclave palestino a partir de onde a organização atua. Densamente povoada, Gaza também enfrenta bloqueio total de água e suprimentos. Segundo Alzeben, 1,5 mil palestinos já morreram no conflito e há pelo menos 7 mil feridos.
Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade nesta sexta-feira (13), ele prestou condolências às vítimas e pediu o fim dos ataques:
— A guerra não é uma solução. A violência sempre vai trazer violência e vai trazer morte, de lado a lado.
— Chega de derramamento de sangue. Levamos sete décadas esperando paz, esperando justiça. Chega de conflito. A comunidade internacional tem que entender que o conflito não vai resolver nada. São sete décadas de agressões, de massacres, de bloqueios. Israel e a comunidade internacional são chamadas a parar esta chacina — acrescentou o embaixador, que falou diretamente da Cisjordânia.
Questionado sobre as ações do grupo Hamas, que se apresenta como representante do povo palestino, mas que é considerado terrorista por parte da comunidade internacional, Alzeben afirmou que o grupo é parte das organizações políticas e militares da Palestina, mas que a Autoridade Palestina não compactua com a violência:
— Não aprovamos a violência como solução desse conflito. A OLP (Organização para a Libertação da Palestina) acredita na resistência popular para pôr um fim a essa ocupação. Acreditamos em uma solução pacífica.
O embaixador da Palestina no Brasil, no entanto, não confirmou que haja negociações em andamento para o fim do conflito.
— Claro que estamos fazendo todo o esforço possível. Em primeiro lugar, tem que parar esta loucura, tem que parar este bombardeio, esta guerra de extermínio. Não existe outra solução a não ser a solução negociada, baseada no direito internacional. Israel pode pensar como quiser, mas não pode seguir trabalhando contra os acordos e resoluções da Organização das Nações Unidas e a vontade da comunidade internacional — disse Ibrahim Alzebem.