O presidente do Zimbábue, Emmerson Mnangagwa, foi reeleito para um segundo mandato, um resultado contestado por seu principal adversário.
O anúncio da vitória foi feito pela Comissão Eleitoral, após uma votação marcada por inúmeras denúncias de irregularidades, feitas pela oposição e por observadores.
Mnangagwa, 80 anos, obteve 52,6% dos votos e ficou à frente do opositor Nelson Chamisa (44%), que denunciou uma fraude, informou a presidente da Comissão Eleitoral do Zimbábue (ZEC), Justice Chigumba.
"Não podemos aceitar os resultados", disse à AFP Promise Mkwananzi, porta-voz do partido Coalizão de Cidadãos pela Mudança (CCC), de Chamisa.
As eleições foram realizadas nesta semana e marcadas por atrasos que geraram acusações de "fraude" e "supressão de eleitores".
A votação estava sendo vista no sul da África como um teste do apoio ao partido Zanu-PF, cujos 43 anos no poder têm sido abalados por uma economia enfraquecida e por denúncias de autoritarismo.
Observadores estrangeiros afirmaram ontem que a votação não atendeu aos padrões regionais e internacionais. Missões de observadores da União Europeia, Comunidade Britânica e Comunidade de Desenvolvimento da África Austral listaram uma série de preocupações, incluindo a proibição de comícios da oposição, problemas com a lista de eleitores, a cobertura tendenciosa da imprensa estatal e intimidação de eleitores.
"As eleições foram repletas de irregularidades e prejudicaram o povo do Zimbábue", apontou o analista político Rejoice Ngwenya. "O CCC tem boas bases para ir a tribunal e impugnar o resultado."
Segundo Justice Chigumba, Mnangagwa obteve mais de 2,3 milhões de votos, e Chamisa, mais de 1,9 milhão. Como Mnangagwa recebeu mais da metade dos votos, não haverá segundo turno.
A oposição esperava se beneficiar do descontentamento com a corrupção, inflação, pobreza e o desemprego, mas o partido governista também foi proclamado vencedor da votação legislativa, com 136 das 210 cadeiras em disputa, contra 73 para o CCC.
Outras 60 cadeiras são reservadas para mulheres designadas por um sistema de lista de partidos de representação proporcional.
* AFP