A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) exigiu, nesta quarta-feira (5), maior acesso à usina nuclear ucraniana de Zaporizhzhia (sul), ocupada pelas tropas russas, para "confirmar a ausência de minas ou explosivos".
"Com a tensão e as atividades militares que se intensificam na área, nossos especialistas devem poder verificar os fatos no terreno", afirmou em comunicado o diretor da agência da ONU, Rafael Grossi, para quem é "crucial esclarecer a situação atual" diante das acusações de "provocações" ou "ataques" de ambas as partes naquela usina.
A equipe da AIEA em Zaporizhzhia inspecionou várias instalações da central nos últimos dias, "sem observar até o momento sinais de minas e de explosivos", prosseguiu.
Os inspetores, no entanto, não puderam acessar os tetos dos reatores 3 e 4, nem alguns setores de resfriamento da usina.
A AIEA afirma que não constatou nenhum sinal de mudanças na mobilização militar na central nem bombardeios recentes nas proximidades.
Na terça-feira, a Ucrânia acusou a Rússia de fazer uma "provocação" no local, enquanto Moscou assegura que o Exército ucraniano prepara um "ataque" às instalações.
As forças armadas ucranianas asseguram que "objetos similares a artefatos explosivos foram instalados" nos tetos dos reatores mencionados pela AIEA.
A detonação desses dispositivos "não danificaria os geradores, mas daria a impressão de bombardeios do lado ucraniano", advertem as forças armadas ucranianas.
Já Moscou assegura que a Ucrânia planeja usar "armas de precisão de longo alcance" e drones para atacar os reatores.
A central nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, foi tomada pelas tropas russas em 4 de março de 2022, dez dias depois do início da invasão russa da Ucrânia. Desde então, foi alvo de disparos e se viu obrigada a desconectar-se da rede elétrica ucraniana em várias ocasiões, gerando temores de um grande acidente nuclear.
* AFP