O assessor especial de relações internacionais do Planalto, Celso Amorim, se reuniu na quarta-feira (10), em Kiev, na Ucrânia, com o vice-chanceler de Relações Exteriores ucraniano Andrei Melnik e discutiu a possibilidade de aderir ao plano do presidente Volodimir Zelensky para o fim da guerra com a Rússia.
"No encontro, Amorim e Melnik discutiram a chance de o Brasil, junto com outros aliados da Ucrânia, encontrar uma maneira de garantir uma paz duradoura na Ucrânia, com base no respeito à lei internacional e a restauração da soberania e da unidade territorial da Ucrânia", disse a chancelaria ucraniana em nota.
Em termos práticos, isso significa que qualquer acordo de paz que conte com o apoio ucraniano demanda a retirada das tropas russas de seu território e a devolução de áreas anexadas pelo Kremlin.
Na reunião, Melnyk ainda agradeceu ao Brasil pelo apoio à Ucrânia em fóruns internacionais e também pelo envio de ajuda humanitária ao país. Ainda de acordo com a chancelaria ucraniana, Amorim e Melnik ainda discutiram cooperação comercial e manifestaram o interesse de ampliar a parceria estratégica entre os dois países.
Na terça-feira (9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que Amorim se reuniria nesta quinta-feira (11) com Zelenski para ouvir as bases da Ucrânia para um acordo de paz que ponha fim ao conflito. Em abril, o assessor se encontrou com o presidente russo, Vladimir Putin, em Moscou.
— Espero que o Celso me traga não a solução, mas indícios de soluções para que a gente possa conversar sobre paz — disse o presidente na quarta-feira (10), ao se reunir com o premiê holandês Mark Rutte. — Ele já sabe o que o Putin quer, agora vai saber o que quer o Zelensky. E aí vamos ter instrumentos para conversar com outros países e quem sabe parar essa guerra.
Até a publicação desta reportagem, não estava claro se o encontro de Amorim com Zelensky ainda ocorreria ou se foi substituído pela reunião com o vice-chanceler.