O ex-candidato à Presidência do Paraguai, Paraguayo Cubas, preso por alteração da paz pública, pediu a seus apoiadores, nesta terça-feira (16), que deixem as ruas para evitar a repressão policial, uma semana depois do encerramento das eleições no país.
"Eu os encorajo a depor essa atividade porque sem dúvida os feridos serão mais do seu lado do que do outro", disse Cubas, em prisão preventiva em um quartel da polícia em Assunção.
Seu apelo ocorre horas antes de uma anunciada operação policial para liberar a avenida Eusebio Ayala, a alguns metros do Tribunal Superior de Justiça Eleitoral (TSJE), onde foi encerrado na segunda-feira o julgamento do pleito.
Os apoiadores de Cubas, do grupo antissistema Cruzada Nacional, denunciaram fraude e fecharam os acessos ao tribunal há 8 dias.
Seu líder apoiou, inclusive, a desobediência e foi detido por "perturbação da paz pública" em meio a confrontos violentos com as forças de ordem.
Também foi acusado de resistência, ameaça, tentativa de coação de órgãos constitucionais e tentativa de impedimento das eleições.
A polícia deu prazo até esta terça para que a via pública, ocupada pelos apoiadores do político, seja liberada, e informou que confiava nos diálogos com os manifestantes para evitar a violência.
O delegado Cristian Lugo, subchefe da 7ª Delegacia Metropolitana, informou à rádio Monumental 1080 AM que um grande número de manifestantes já tinha começado a desocupar as imediações do TSJE nesta terça.
"Aqui há vários grupos (...) A Polícia Nacional não está com vontade de reprimir, por isso foram feitas negociações com cada grupo", disse.
O vencedor das eleições foi o economista Santiago Peña, de 44 anos, do Partido Colorado (situação), que obteve 42,7% dos votos.
Seu principal adversário, Efraín Alegre, da Concertação Nacional (oposição), obteve 27,4% e Cubas, 22,9%.
O juiz Paul López determinou a prisão de Cubas por dez dias no chamado Agrupamento Especializado da Polícia, a 15 quarteirões do centro da capital paraguaia e determinou que vencido esse prazo (na quarta-feira), decidirá sobre sua transferência para uma penitenciária.
A defesa apelou da decisão do magistrado.
* AFP