O secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou que Taiwan tem "muito a oferecer" ao mundo, depois que Honduras se tornou a última nação a romper relações com Taipei e a reconhecer Pequim.
"Taiwan tem muito a oferecer, inclusive, por exemplo, em instituições internacionais, onde pessoas com grande talento têm muita experiência e conhecimento", disse Blinken à AFP, em entrevista dada na quinta-feira à noite (16), em Niamei, no Níger.
"Os países têm de decidir por si mesmos se querem se beneficiar disso e como", acrescentou.
Esta semana, Honduras anunciou que buscará estabelecer relações com a China depois que Taipé se recusou a aumentar a ajuda financeira para o país centro-americano.
Blinken disse que os Estados Unidos ofereceram seu "apoio ao povo de Taiwan", mas que também defendem sua própria política de "Uma China" de reconhecer apenas Pequim.
"Os países têm que tomar suas próprias decisões soberanas sobre sua política externa", disse o secretário.
"Isso deixamos para eles", completou.
Embora tenha mudado o reconhecimento diplomático para Pequim em 1979, os Estados Unidos se mantêm como o principal aliado de Taiwan.
A potência americana segue uma política ambígua de "reconhecer" as reivindicações de Pequim sobre a ilha, o que não significa aceitar sua soberania sobre ela.
Taiwan se autodenomina, oficialmente, República da China, um legado dos nacionalistas de Chiang Kai-shek que se estabeleceram na ilha depois de perder a guerra civil em 1949 para os comunistas de Mao Zedong.
Taiwan tem sido governada de forma autônoma desde então, mas Pequim considera a ilha como parte de seu território e promete retomá-la um dia, até mesmo pela força, se necessário.
A China se irrita com qualquer tentativa de tratar a ilha como uma nação independente. Sob o princípio "Uma única China", nenhum país pode manter relações oficiais em paralelo com Pequim e Taipei.
Taiwan mantém uma política similar e rompe laços com países que reconhecem as autoridades comunistas.
Na quarta-feira (15), o ministro das Relações Exteriores de Honduras, Eduardo Enrique Reina, lembrou que há "171 países no mundo que mantêm relações com a China continental" e apenas 14 reconhecem Taiwan, incluindo Paraguai, Haiti e outras sete pequenas nações insulares do Caribe e do Pacífico.
* AFP