As potências ocidentais prometeram à Ucrânia na sexta-feira (3) armas de longo alcance para combater a invasão russa, enquanto a União Europeia (UE) apoiou a candidatura da ex-república soviética para aderir ao bloco, em uma cúpula em Kiev. Os Estados Unidos anunciaram um novo pacote de ajuda no valor de US$ 2,2 bilhões em armas, incluindo foguetes que poderiam quase dobrar o alcance da artilharia ucraniana.
"Os Estados Unidos continuarão a trabalhar com seus aliados e parceiros para fornecer à Ucrânia a capacidade de responder às necessidades imediatas do campo de batalha e às necessidades de segurança a longo prazo", afirmou o Pentágono.
A França e a Itália entregarão um sistema de defesa antiaérea de médio alcance MAMBA para ajudar a Ucrânia a "se defender contra ataques de drones, mísseis e aviões russos", disse o Ministério da Defesa francês.
Bakhmut, a "fortaleza"
Quase um ano após o início da invasão russa, os combates se concentram no leste do país, principalmente em Bakhmut, sitiada e bombardeada há semanas.
— Ninguém vai entregar Bakhmut. Vamos lutar o máximo que pudermos para defender essa fortaleza — declarou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.
A fumaça subia no centro da cidade e os helicópteros militares ucranianos sobrevoavam baixo as planícies geladas para evitar serem detectados. Segundo as autoridades, apenas 6,5 mil dos 70 mil habitantes permaneceram em Bakhmut após a guerra.
Oleksander Tkachenko, 65 anos, disse que, ao lado de outros moradores, correu para tirar uma mulher dos destroços de seu veículo após um bombardeio.
— Claramente não era um objetivo militar, já que seu carro era vermelho — denunciou.
Em Kherson, uma grande cidade do sul que estava nas mãos da Rússia antes de as forças ucranianas a recuperarem, bombardeios mataram uma pessoa e feriram outra, disseram as autoridades.
"A Ucrânia é a UE, a UE é a Ucrânia"
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reuniram-se com Zelensky e manifestaram seu apoio à adesão da Ucrânia ao bloco.
— A Ucrânia é a UE, a UE é a Ucrânia — lançou Charles Michel no final da cúpula em Kiev, onde as sirenes antiaéreas soaram duas vezes durante o dia.
A Ucrânia é candidata à adesão desde junho de 2022, um processo que requer inúmeras reformas e pode levar anos. O presidente ucraniano afirmou que o seu país não perderá "nem um dia" para cumprir os requisitos de integração e considerou "possível" iniciar as negociações ainda este ano.
Líderes europeus destacaram em comunicado o "progresso" da Ucrânia na criação de instituições "independentes e eficazes" para combater a corrupção. Von der Leyen revelou que a UE está preparando novas sanções contra a Rússia para 24 de fevereiro, primeiro aniversário da invasão.