Mais um homem e uma mulher estão sendo processados como cúmplices de dois outros acusados da tentativa de homicídio da vice-presidente argentina Cristina Kirchner um mês após o ocorrido, de acordo com um documento judicial divulgado neste sábado (1) pela imprensa do país.
A juíza María Eugenia Capuchetti processou e decretou prisão preventiva contra Gabriel Carrizo, de 27 anos, líder da chamada "gangue do algodão-doce", e Agustina Díaz, 21, enquanto impôs aos dois fiança de 100 milhões de pesos (cerca de US$ 670 mil).
Ambos já estavam detidos, assim como Fernando Sabag Montiel, 35, e sua namorada Brenda Uliarte, 23, processados há duas semanas por "tentativa de homicídio qualificado".
"Foi demonstrado que os réus Sabag Montiel, Uliarte, Carrizo e Díaz tinham como plano comum matar a vice-presidente da Nação", disse a juíza em comunicado divulgado neste último sábado pela imprensa da Argentina.
Carrizo apresentou-se à mídia como o dono da máquina de fazer algodão-doce para um grupo de vendedores ambulantes, atividade aparentemente usada como disfarce para realizar trabalhos de inteligência na rua. Agustina Díaz, por sua vez, é amiga íntima de Uliarte.
O atentado fracassado ocorreu em 1º de setembro, em frente ao apartamento da ex-presidente em Buenos Aires, onde Sabag Montiel, camuflado entre apoiadores de Kirchner, conseguiu se aproximar dela e apertar o gatilho de uma pistola calibre .32 a centímetros de sua cabeça. A arma falhou.
Sabag, que tem símbolos nazistas tatuados em seu corpo, foi preso no local, e sua namorada foi detida três dias depois.
Em uma resolução de 127 páginas, a juíza considerou que, com as provas colhidas, ficou demarcada "a intenção prévia, pré-ordenada e direta que os acusados tiveram de pôr fim à vida da vítima". De acordo com o documento, a análise das trocas de mensagens pelo Whatsapp "permitiu apurar que todos os réus convergiram no propósito de provocar a morte da vice-presidente, trocando opiniões sobre a forma como o ato deveria ser realizado".
A juíza especifica que o plano começou a ser desenvolvido em 22 de abril, data em que Uliarte "teria adquirido a pistola semiautomática" usada no ataque. Carrizo é acusado de ter fornecido "uma arma de fogo que acabou não sendo utilizada", e de ter "pleno conhecimento do plano criminoso". Também o acusam de ter falsificado certificados de deficiência em nome de Sabag Montiel e Uliarte.