O Departamento de Justiça dos Estados Unidos pediu a um juiz, nesta segunda-feira (17), que condene Steve Bannon, ex-assessor de Donald Trump, a seis meses de prisão por se recusar a depor na investigação legislativa sobre o ataque ao Capitólio, sede do Congresso estadunidense, em 6 de janeiro de 2021.
Estrategista político e defensor do ex-presidente republicano, Bannon "seguiu uma estratégia de má-fé, desafio e desprezo", disse o Departamento de Justiça. De acordo com o departamento, o ex-assessor deve ser sentenciado a seis meses de prisão e multado em US$ 200 mil por ter tentado atrasar o processo judicial, ao insinuar que estaria disposto a cooperar.
Bannon foi declarado culpado em julho por duas acusações de desacato ao Congresso por desafiar uma intimação para depor no caso. A investigação de um comitê especial da Câmara dos Representantes (deputados) mostrou que o ex-assessor estava ciente, antecipadamente, do plano dos apoiadores de Trump de atacar o Capitólio em janeiro de 2021 para impedir a eleição do democrata Joe Biden.
Além disso, ele defendeu que o Congresso impedisse Biden, que derrotou Trump nas eleições de novembro de 2020, de se tornar presidente.
"Os desordeiros que invadiram o Capitólio em 6 de janeiro não só atacaram um prédio, mas atacaram o Estado de Direito, sobre o qual este país foi construído e pelo qual ele perdura", justificou o Departamento.
Cinco pessoas morreram nos incidentes violentos no Capitólio, entre elas um policial. A sentença recomendada pelo Departamento de Justiça, a maior da escala de sentenças, é baseada no contexto do crime e no histórico do réu no tribunal. Será anunciada em 21 de outubro, mas cabe recurso.
Steve Bannon é considerado um dos arquitetos da vitória de Donald Trump em 2016. Mesmo após ter sido expulso da Casa Branca em agosto de 2017, manteve contato com o ex-presidente, com quem conversou na véspera do ataque à sede do Congresso. Ele atualmente administra um site de comentários políticos conservadores chamado Bannon's War Room.