O primeiro-ministro do Sri Lanka assumiu nesta sexta-feira (15) como presidente interino para substituir o presidente demissionário, Gotabaya Rajapaksa, cuja renúncia foi aceita pelo parlamento depois de o mandatário fugir do país em meio a protestos pela crise econômica que abala esta ilha ao sul da Índia.
Rajapaksa, cuja residência oficial foi invadida por manifestantes no sábado (9), anunciou renúncia na quinta-feira (14), em Singapura, onde chegou depois de fugir do Sri Lanka para as Maldivas um dia antes. Ele é o primeiro chefe de Estado a renunciar desde que seu país optou por um regime presidencial, em 1978.
— Gotabaya renunciou legalmente a partir de quinta-feira — disse o presidente do Legislativo, Mahinda Yapa Abeywardana, à imprensa.
Conforme previsto na Constituição, o primeiro-ministro do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, assumiu o cargo nesta sexta como presidente interino para substituir o demissionário.
"Wickremesinghe, de 73 anos, foi empossado pelo presidente do Supremo Tribunal, Jayantha Jayasuriya", disse o gabinete do primeiro-ministro em comunicado.
Por sua vez, o parlamento do Sri Lanka elegerá um novo presidente na próxima quarta-feira, 20 de julho, para completar o mandato até novembro de 2024, segundo o chefe legislativo. De acordo com um comunicado de seu gabinete, as indicações podem ser apresentadas até terça-feira, e os deputados devem votar em um novo chefe de Estado na quarta.
A ausência de um anúncio formal da renúncia de Rajapaksa causou cautela entre os manifestantes antigoverno, que saudaram a saída do presidente.
— Eu me sinto e acho que a multidão aqui se sente muito feliz com o que aconteceu — disse o ativista Vraie Balthaazar à AFP. — Mas, ao mesmo tempo, acho que há uma sensação de apreensão, pelo menos até vermos a carta — acrescentou.