O novo primeiro-ministro do Reino Unido deve ser anunciado no dia 5 de setembro, após o recesso de verão do Parlamento britânico. A informação foi dada nesta segunda-feira (11) pelo presidente do Comitê 1922 do Partido Conservador, Graham Brady. O escolhido substituirá Boris Johnson, que renunciou na última quinta-feira (7).
As nomeações oficiais ocorrerão nesta terça-feira (12), e cada candidato precisa de 20 apoiadores. Na primeira rodada das eleições pela liderança, já na quarta-feira (13), os candidatos precisarão de ao menos 30 votos favoráveis para seguir na corrida.
Até o momento, 11 parlamentares manifestaram interesse em se tornar premier do Reino Unido.
Uma pesquisa da consultoria YouGov feita com eleitores conservadores colocou o ministro da Defesa, Ben Wallace, e a secretária de Estado de Comércio Internacional, Penny Mordaunt, dentre os favoritos.
Maioria dos britânicos prefere saída imediata
Uma das figuras do Partido Conservador, o ex-primeiro-ministro John Major, levantou imediatamente a voz contra uma situação "insustentável".
— Pelo bem do país, Johnson não deve permanecer em Downing Street (...) mais tempo do que o necessário — defendeu, sugerindo que o vice-primeiro-ministro Dominic Raab assuma como chefe de governo interino.
Ainda de acordo com pesquisa do YouGov, 56% dos britânicos concordam que Boris Johnson deve deixar o poder agora, em meio a rumores de que está se apegando ao cargo para fazer uma luxuosa festa de casamento no final do mês em Chequers, residência de campo dos primeiros-ministros. A festa seria agora, porque ele se casou em maio de 2021, quando as restrições pela pandemia da covid-19 seguiam em vigor.
Considerando-se que a saída de Johnson é insuficiente e que se faz necessária "uma verdadeira mudança de governo", o líder da oposição, o trabalhista Keir Starmer, disse avaliar a possibilidade de apresentar uma moção de censura contra o Executivo, na tentativa de precipitar a convocação de eleições antecipadas - algo muito prejudicial para os conservadores no momento.