Milhares de pessoas da tribo Hawsa protestaram nesta terça-feira (19) em várias cidades do Sudão para exigir justiça pelo assassinato de dezenas de cidadãos durante um confronto com a etnia rival Berti, no sul do país africano, por uma disputa de terras.
O conflito tribal no estado sudanês de Nilo Azul, na fronteira com a Etiópia, deixou pelo menos 79 mortos e 199 feridos desde o último fim de semana, informou o Ministério da Saúde desse território.
Apesar do exército reprimir os confrontos, protestos eclodiram em outros estados, com manifestações pelas ruas da capital Cartum, bem como em cidades como Gadarif, Kasala e Porto Sudão.
Nesta terça-feira, manifestantes de Hawsa em Cartum seguraram faixas exigindo "justiça para os mártires do Nilo Azul" e "não aos assassinatos de Hawsa".
Os combates, entre as tribos Berti e Hawsa, eclodiram em 11 de julho.
A violência começou quando a tribo Berti rejeitou um pedido de Hawsa para criar uma "autoridade civil para supervisionar o acesso à terra", disse um membro sênior do Hawsa à AFP sob condição de anonimato.
Mas um alto funcionário do Bertis disse que a tribo estava respondendo a uma "violação" de suas terras pelos Hawsas.
No Sudão, confrontos mortais ocorrem regularmente por causa de terras, gado, acesso à água e pastagens.
* AFP