Igor Volobuev, um ex-executivo de 50 anos do banco russo Gazprombank, afirmou nesta quinta-feira (28) que deixou Moscou e foi para a Ucrânia na tentativa de se alistar para enfrentar a invasão. Ele se mudou para a Kiev por causa de suas origens ucranianas e pela sua família.
— Vim para cá para defender minha pátria-mãe porque a guerra começou em locais como a minha cidade natal, Okhtyrka — disse ele, de acordo com o G1.
O caso é ilustrativo das ligações que as famílias ucranianas têm com a Rússia. A cidade natal de Volobuev fica em uma região que as forças russas invadiram no fim de fevereiro. Ele afirma que o presidente Vladimir Putin está levando a Rússia ao fracasso, além de descrever a guerra como um pecado.
— A Rússia não tem futuro, penso que o país vai se dividir. Putin já trouxe uma catástrofe.
O Gazprombank é o "banco-chave" da economia russa, pois é através dele que a Europa faz o pagamento do gás importado. Por conta disso, é uma das únicas instituições que não sofreu uma sanção direta. É também através desse banco que Putin quer obrigar os países europeus a pagar pelo gás em rublos.
Há alguns dias, outro vice-presidente do Gazprombank, Vladislav Avaev, teria matado sua esposa e filha e atirado em si mesmo. De acordo com o portal Liga.net, Igor Volobuev não acredita nessa versão, pois muitas mortes de altos gerentes e executivos de gás ocorreram na Rússia. Ele afirma que eles foram assassinados a mando do governo russo.
Contudo, diz que não saiu do país por causa de ameaças, mas simplesmente porque não podia mais estar entre os russos. Pessoas próximas teriam dito que sentiam vergonha dele, pela origem ucraniana.
Igor Volobuev afirma que se opôs à anexação da Crimeia, em 2014, mas que nos últimos anos havia priorizado o bem-estar da família. No entanto, quando a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro, repensou essa posição.