A Ucrânia rejeitou nesta segunda-feira (21) um ultimato da Rússia para depor suas armas em Mariupol em troca de uma passagem segura para civis. As forças russas permitiriam dois corredores para fora da cidade costeira, indo para leste em direção à Rússia ou oeste para outras partes da Ucrânia, disse o coronel russo Mikhail Mizintsev.
— Não se pode falar em entregar armas. Já informamos isso ao lado russo — disse a vice-premiê da Ucrânia, Irina Vereshchuk, ao jornal Ukrainska Pravda.
Pelo contrário, ele exigiu que Moscou abrisse corredores humanitários para facilitar a saída de cerca de 350 mil pessoas presas na cidade. A Rússia deu à cidade um ultimato na noite de domingo (20) para que seus defensores se rendessem antes das 5h (horário local) desta segunda-feira.
— Pedimos às unidades das forças armadas ucranianas, batalhões de defesa territorial e mercenários estrangeiros que parem as hostilidades, deponham suas armas e entrem nos territórios controlados por Kiev — disse Mizintsev, que é chefe do Centro Nacional de Controle da Defesa Russa.
Mariupol está sob forte bombardeio russo desde o início da invasão em 24 de fevereiro. A cidade é vista como um elo entre as forças russas na península da Crimeia e os territórios controlados pela Rússia no norte e leste da Ucrânia.
Um diplomata grego que ficou em Mariupol durante alguns dos atentados disse que a destruição é um dos ataques mais ruinosos a uma cidade em tempos de guerra. A ONU descreveu a situação humanitária na cidade como "extremamente terrível", com "seus habitantes enfrentando grave escassez de alimentos, água e remédios".
