O chefe da diplomacia americana para a América Latina, Brian Nichols, falou com ministros latino-americanos das Relações Exteriores sobre a invasão russa da Ucrânia, segundo vários tuítes publicados nas últimas horas.
Nichols está no Chile por ocasião da posse de Gabriel Boric como presidente e aproveitou para realizar uma maratona diplomática, reproduzida em sua conta no Twitter.
"Bom encontro" para discutir "a importância de uma posição forte contínua contra a invasão injustificada e não provocada da Rússia à Ucrânia, assim como nossa cooperação nas prioridades do hemisfério, inclusive os direitos humanos", publicou sobre a reunião com o chanceler argentino, Santiago Cafiero.
Uma reunião importante em vista de que inicialmente a Argentina pediu uma "saída política" entre Rússia e Ucrânia e não quis apoiar uma declaração condenatória da Organização dos Estados Americanos (OEA), embora tenha rechaçado o uso da força armada. Mas dias depois, na ONU, votou a favor do projeto de resolução da Assembleia Geral exigindo a retirada imediata e incondicional das tropas russas.
"A invasão premeditada, não provocada e injustificada da Rússia à Ucrânia", uma frase que os funcionários americanos repetem como um mantra, também foi tema de conversas com os chanceleres do Peru, César Landa; do Uruguai, Francisco Bustillo; da Guatemala, Mario Búcaro; do Paraguai, Euclides Acevedo; e do Equador, Juan Carlos Holguín.
Os Estados Unidos estão preocupados com o que consideram um "avanço" da Rússia nas Américas, particularmente com "desinformação" e "ataques cibernéticos".
"Houve muitas viagens de funcionários russos à América Latina e ao Caribe" nos meses anteriores à invasão da Ucrânia e nos dias posteriores, afirmou um funcionário do governo de Joe Biden em uma teleconferência, na qual negou que os Estados Unidos queiram entrar em uma dinâmica de Guerra Fria.
Nichols aproveitou, ainda, segundo os tuítes, para falar com os chanceleres regionais sobre migração ilegal, mudanças climáticas, comércio, segurança, democracia e direitos humanos.
No Chile, Nichols declarou em outra postagem na mesma rede social que "espera uma associação sólida que produza resultados tanto para os chilenos quanto para os americanos" e parabenizou o país "por ser uma vez mais um exemplo de democracia em ação".
* AFP