O desafio da luta contra a mudança climática é maior do que nunca, insistiu nesta segunda-feira o diretor de um grupo de especialistas da ONU, que examinará durante duas semanas as consequências do aquecimento global.
"A necessidade do segundo relatório do grupo de trabalho nunca foi tão grande porque as apostas nunca foram tão elevadas", declarou em uma videoconferência Hoesung Lee, presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Desta reunião virtual, que prosseguirá por duas semanas e terá a participação de 195 países, deve ser elaborado um relatório de 40 páginas orientado aos autores de políticas públicas que será divulgado em 28 de fevereiro.
"O aumento dos impactos climáticos supera amplamente nossos esforços de adaptação", destacou Inger Andersen, diretora do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
Para Andersen, o mundo já está informado sobre os resultados científicos que que os especialistas da ONU apresentam a cada ano e de década em década, mas ela ressaltou que "reconhecer as evidências é apenas o primeiro passo".
Após mais de um século e meio de desenvolvimento econômico baseado em combustíveis fósseis, a temperatura do planeta subiu 1,1ºC desde a era pré-industrial, o que multiplica as ondas de calor, as secas, tempestades e inundações devastadoras.
Na primeira parte do relatório, publicado em agosto, os especialistas do IPCC calcularam que até 2030, dez anos antes do previsto, o planeta deve alcançar o limite de +1,5ºC, a meta mais ambiciosa apresentada no Acordo de Paris.
O segundo capítulo do relatório, que será discutido nas atuais negociações, se concentrará nas consequências do aquecimento e nas formas de preparação para enfrentá-lo, a adaptação necessária.
A terceira parte, que será publicada em abril, terá como tema as soluções para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
* AFP