O Parlamento etíope suspendeu nesta terça-feira o estado de emergência imposto em novembro, quando os rebeldes do Tigré ameaçaram avançar sobre a capital.
A decisão foi bem recebida pelos Estados Unidos, que pediram ao governo etíope que liberte "imediatamente" todos os detidos sob a medida.
O ministro das Relações Exteriores da Etiópia disse no Twitter que a Câmara dos Representantes do Povo "aprovou hoje o levantamento do estado de emergência de seis meses".
A votação dos parlamentares ocorreu depois que o gabinete do primeiro-ministro Abiy Ahmed propôs no mês passado a suspensão do estado de emergência, que inicialmente deveria durar até maio.
A votação para levantar o decreto foi contestada por 63 dos 312 parlamentares que participaram da sessão, enquanto outros 21 se abstiveram.
Um estado de emergência foi declarado em 2 de novembro depois que combatentes da Frente de Libertação Popular do Tigré (TPLF) tomaram duas cidades a cerca de 400 quilômetros de Adis Abeba.
A medida desencadeou prisões em massa entre a etnia tigré em Adis Abeba e em outros lugares, atraindo a condenação de ONGs como a Anistia Internacional.
Não está claro se ou quando os detidos sob o decreto de emergência seriam libertados.
O conflito em Tigré começou em novembro de 2020, depois que o primeiro-ministro Abiy Ahmed enviou tropas para derrubar a TPLF, o antigo partido no poder na região.
* AFP