Líderes das nações da África Ocidental reunidos neste domingo para discutir a questão do Mali aprovaram "sanções muito duras" contra aquele país, porque a junta militar não cumpriu o prazo para convocar eleições e devolver o poder aos civis, informou um participante à AFP.
Os chefes de Estado e governo da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), reunidos a portas fechadas na capital de Gana, aprovaram medidas comparáveis às tomadas após o golpe de agosto de 2020, indicou a fonte, um funcionário do alto escalão que não quis ser identificado.
Posteriormente, a Cedeao decidiu fechar as fronteiras do Mali com outros Estados-membros, bem como um embargo aos intercâmbios comerciais e financeiros, com exceção das necessidades básicas. Desta forma, a Cedeao apoiou as medidas tomadas em uma reunião de cúpula prévia da União Econômica e Monetária do Oeste Africano (UEMOA), assinalou a fonte. Todos os países que compõem a UEMOA são membros da Cedeao.
A reunião teve como objetivo abrir caminho para uma ação conjunta. Dois ministros do governo do Mali, controlado por coronéis do Exército, apresentaram ontem à Cedeao um calendário revisado para o retorno dos civis ao comando do país, que sofreu dois golpes de Estado desde 2020 e se encontra mergulhado em uma crise profunda.
"A contraproposta da junta malinesa é uma transição de quatro anos. É uma piada!", criticou um funcionário do alto escalão de Gana (país que ocupa a presidência rotativa da Cedeao), que também pediu para não ser identificado.
* AFP