A coalizão de esquerda-direita que governa a Islândia desde 2017 anunciou neste domingo (28) um acordo para permanecer no poder por mais quatro anos, dois meses após vencer as eleições legislativas.
A primeira-ministra, Katrin Jakobsdottir, à frente do Movimento de Esquerda Verde, continuará dirigindo o Executivo, segundo o pacto, apesar de sua formação ter saído fragilizada das eleições.
Os chefes do Esquerda Verde, do Partido da Independência (conservador) e do Partido do Progresso (centro-direita) anunciaram que chegaram a um acordo para manter o tripartido formado no final de 2017, atípico na história política islandesa.
O governo cessante manteve a maioria absoluta nas eleições de setembro, com 38 dos 63 assentos no Parlamento, algo que não acontecia desde 2003.
"A mensagem por trás das eleições legislativas foi inequívoca, dando ao governo uma maioria muito clara", disse Jakobsdottir, de 45 anos, à AFP. "Esses quatro anos foram complicados e assim seguirá. Mas talvez seja saudável também ter que trabalhar com pessoas que não concordam contigo em tudo", acrescentou.
O programa do novo governo terá como foco o combate às mudanças climáticas. "Vamos definir uma meta nacional independente de reduzir em 55% as emissões [de gases de efeito estufa] pelas quais a Islândia é diretamente responsável até 2030", indica o programa.
A agenda do governo também prevê a criação de um parque nacional no centro do país para proteger seus tesouros naturais, questão que gerou disputas entre os três partidos.
Após a distribuição das pastas, o Movimento de Esquerda Verde, partido da primeira-ministra, perde os emblemáticos ministérios do Meio Ambiente e da Saúde, mas fica com os de Assuntos Sociais e Trabalho e o da Pesca e Agricultura.
O Partido da Independência, o maior da coalizão, controlará as pastas de Finanças, Relações Exteriores, Justiça, Meio Ambiente e Indústria e Inovação. Por fim, os ministérios da Saúde, Educação, Cultura e Comércio e Infraestrutura permanecerão nas mãos do Partido do Progresso.
* AFP