Um homem não identificado matou a tiros, nesta quarta-feira (29), um líder da comunidade rohingya em um acampamento de refugiados do distrito de Cox's Bazar, em Bangladesh, informaram as autoridades.
Mohib Ullah estava falando com outros líderes dos refugiados fora de seu escritório depois de comparecer às orações da tarde por volta das 20h00 (11h00 no horário de Brasília), quando um homem disparou ao menos três vezes contra ele, disse Mohammad Nowkhim, porta-voz da Sociedade Arakan Rohingya para a Paz e os Direitos Humanos (ARPSH), criada por Ullah.
"Atiraram nele à queima-roupa", disse à AFP no local em que se esconde. A maioria dos líderes rohingyas se esconderam após a morte de Ullah.
Ullah foi levado com urgência ao principal hospital da ONG MSF no local. "Trouxeram-no morto", confirmou à AFP uma fonte médica.
As autoridades de Bangladesh ainda não confirmaram a morte.
Ullah, que acredita-se que tinha 50 anos, se tornou o principal líder civil da perseguida minoria muçulmana quando, em agosto de 2017, mais de 740.000 rohingyas se refugiaram em acampamentos em Bangladesh, após a repressão militar do Exército de Mianmar contra suas cidades na província de Rakáin.
Ullah formou a ARPSH em um acampamento de Bangladesh meses depois e ajudou a investigar os massacres do Exército de Mianmar e as milícias budistas durante a repressão.
Em agosto de 2019, organizou uma manifestação em massa no acampamento de Kutapalong, o principal assentamento rohingya, na qual compareceram cerca de 200.000 pessoas.
* AFP