O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou, no início da noite desta quinta-feira (26), que o país não irá interromper a missão de retirada de militares e civis do Afeganistão, mesmo após os atentados ocorridos mais cedo na região do aeroporto de Cabul. A ação foi reivindicada pelo grupo Estado Islâmico, o Isis K, uma corrente presente no território afegão.
Biden prometeu que eles serão "caçados":
— Aqueles que levaram adiante este ataque, saibam que nós não vamos perdoar, não vamos esquecer. Nós vamos caçá-los, fazer com que vocês paguem. Vou defender os interesses do meu povo com tudo que estiver ao meu alcance.
O presidente americano classificou o Isis K como arqui-inimigo dos talibãs, que retomaram o poder do Afeganistão após os EUA iniciarem a retirada de suas forças militares, dando fim a uma ocupação de 20 anos.
— Eu já havia dito que o Isis K estava planejando uma série de ataques complexos. Por isso, digo que essa missão é extraordinariamente perigosa. Mas precisamos completar essa missão. Não vamos ficar assustados com os terroristas, deixar que abandonemos nossa missão de retirada. Os extremistas do Isis não vão vencer. Os EUA não serão intimidados — afirmou Biden na Casa Branca.
O presidente também se solidarizou com os soldados que morreram nas duas explosões — seriam pelo menos 12, segundo o Pentágono.
— Militares americanos que deram suas vidas são heróis que estiveram envolvidos na missão de salvar a vida de outros, de auxiliar na retirada aérea como algo jamais visto na história. Eles são a espinha dorsal dos EUA — disse.
— Estamos juntos com as famílias afegãs que perderam seus entes queridos, crianças afegãs que morreram ou ficaram feridas — completou.
Perguntado sobre sua responsabilidade nessas mortes, Biden repetiu o que já declarou em ocasiões anteriores, relembrando o acordo feito pelo ex-presidente Donald Trump com os talibãs para a retirada das tropas americanas após 1º de maio.
— Mantenho meu apoio total. Onde nós estaríamos se em 1º de maio eu dissesse que não faria a retirada? Teria que enviar mais milhares de americanos para lutar uma guerra que já havíamos vencido. Sempre tive a compreensão que não deveríamos sacrificar americanos para impor a democracia em um país de varias tribos que nunca se deram bem umas com as outras. Nosso interesse foi pegar Bin Laden, a Al-qaeda, impedir novos ataques — afirmou.