Os líderes de cinco países da Ásia Central se reúnem nesta sexta-feira no Turcomenistão, com a espiral de guerra no vizinho Afeganistão como prioridade na agenda, enquanto as forças lideradas pelos Estados Unidos se retiram do território afegão.
As conversas na cidade de Awaza, ao leste do Mar Cáspio, acontecem no momento em que os talibãs desafiam as forças do governo afegão em várias grandes cidades, após semanas de avanços em zonas rurais, inclusive nas províncias próximas aos três ex-territórios soviéticos que têm fronteira com o país: Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão.
O presidente do Turcomenistão, Gurbanguly Berdymukhamedov, declarou que o Afeganistão é "a questão que preocupa a todos", ao receber na quarta-feira o colega do Tadjiquistão, Emomali Rakhmon, para conversas bilaterais antes do encontro de cúpula.
Ao mesmo tempo, a Rússia participou em exercícios militares conjuntos perto das fronteiras do Afeganistão, tanto no Tadjiquistão como no Uzbequistão. Uma autoridade militar do Kremlin viajou à região na quinta-feira para observar os exercícios e iniciar conversações.
Os combates no prolongado conflito do Afeganistão se tornaram mais intensos em maio, quando Estados Unidos e outras forças estrangeiras iniciaram o processo de retirada que deve ser concluído até o fim do mês.
Em junho, os talibãs assumiram o controle de Shir Khan Bandar, principal posto de fronteira do Afeganistão com o Tadjiquistão, enquanto as tropas de Cabul se viram obrigadas a abandonar os postos de fronteira com Tadjiquistão e Uzbequistão nas últimas semanas durante os intensos combates com os insurgentes.
Os talibãs insistem que não têm intenções para a Ásia Central e estabeleceram contatos oficiais com Uzbequistão e Turcomenistão, pois se apresentam como um governo em modo de espera.
Mas analistas apontam que a crescente falta de segurança no país pode representar ameaças para a Ásia Central, assim como para a cooperação econômica da região com Cabul.
* AFP