Os líderes da bacia do Pacífico, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e seu homólogo chinês, Xi Jinping, concordaram nesta sexta-feira (16) em colaborar para acelerar a distribuição de vacinas anticovid, em uma reunião virtual convocada com urgência.
As conversações nas quais participaram os chefes de Estado dos 21 países da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) foram convocadas pela primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, para discutir uma ação conjunta urgente contra a pandemia e a consequente crise econômica.
A Nova Zelândia vai sediar em novembro a cúpula anual de líderes da APEC - um fórum que também inclui México, Chile e Peru -, mas Ardern disse que as circunstâncias extraordinárias criadas pela covid-19 precisam de atenção imediata.
"A prioridade para os líderes é obter amplo acesso às vacinas em todo o mundo e trabalhar de forma colaborativa para distribuí-las a todos o mais rápido possível", afirmou Ardern.
Em uma declaração conjunta, os líderes da APEC concordaram em "redobrar seus esforços para expandir a produção e o fornecimento de vacinas" e, de acordo com a neozelandesa, também se dispuseram a reduzir o preço das vacinas e de materiais médicos associados.
Ainda assim, houve poucos compromissos específicos na reunião, que também contou com a participação do presidente russo Vladimir Putin, do primeiro-ministro japonês Yoshihide Suga e do australiano Scott Morrison.
O presidente chinês, Xi Jinping, anunciou que seu país distribuirá US$ 3 bilhões em ajuda aos países em desenvolvimento para combater o coronavírus e suas consequências econômicas. Segundo ele, seu país compartilhou mais de 500 milhões de doses de vacinas contra a covid com nações mais necessitadas.
Os Estados Unidos também afirmaram ter doado mais de 500 milhões de vacinas "seguras e eficazes" para outros países.
Biden "deixou claro que os Estados Unidos estão doando vacinas, não as vendendo, e enfatizou a importância de não impor condições políticas ou econômicas", disse a Casa Branca em um comunicado.
Antes do encontro, questionava-se se os dois líderes conseguiriam colocar de lado as rivalidades de uma relação cada vez mais tensa entre as duas principais economias mundiais.
Washington acusou Pequim de falta de transparência sobre as origens da pandemia, aumentando suas diferenças em temas como tarifas e o tratamento de uigures na região chinesa de Xinjiang.
Diante dessas críticas, a China se apresenta como salvadora de países que sofrem para controlar o vírus, distribuindo socorros, vacinas e equipamentos médicos.
De acordo com Ardern, todos os líderes participantes estavam "completamente focados nas questões que enfrentamos como região".
Os países da APEC representam 60% do PIB mundial.
* AFP