O serviço de internet móvel foi restabelecido nesta quarta-feira (14) pela manhã em Cuba, depois de três dias de interrupção após as históricas manifestações de domingo (11), mas era impossível acessar as redes sociais e os aplicativos de mensagens instantâneas com dados móveis, observou a agência AFP.
Por meio das tecnologias 3G ou 4G, o acesso a WhatsApp, Facebook e Twitter, entre outras redes, seguia bloqueado.
— É verdade que faltam dados (móveis), mas faltam medicamentos também — respondeu na terça-feira (12) o ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, ao ser questionado sobre o assunto.
Rodríguez acusou os Estados Unidos de realizarem uma campanha no Twitter com a hashtag #SOSCuba para incentivar o mal-estar social na ilha.
Whashington pediu na terça-feira o rápido restabelecimento de "todos os meios de comunicação, os digitais e os não digitais".
— Fechar o acesso à tecnologia, fechar os canais de informação, isso não faz nada para responder às necessidades e legítimas aspirações do povo cubano — disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.
Nesta quarta-feira, a calma reinava nas ruas de Havana, mas a presença policial e militar foi reforçada consideravelmente ao redor do Capitólio, sede do parlamento. Na região, pela qual marcharam no domingo milhares de cubanos aos gritos de "temos fome" e "abaixo a ditadura", estavam estacionados vários caminhões e patrulhas da polícia.
Novas convocações de manifestações na área do Capitólio circularam nas redes sociais na terça-feira. Um homem morreu e mais de cem pessoas foram detidas durante os protestos de domingo e segunda-feira contra o governo, que nega "uma crise social" em meio às críticas de Washington.