O futuro político do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu será decidido neste domingo (13), quando legisladores votarão a respeito de um novo governo de coalizão formado por seus principais opositores. A ação poderá colocar fim a 12 anos de poder de Netanyahu, o premiê mais longevo de Israel. Se confirmado pelo parlamento, será iniciado um novo governo formado por uma ampla coalizão, que vai de nacionalistas judeus de direita a políticos árabes-israelenses.
O Knesset, parlamento local, vai votar se aprova ou rejeita a aliança costurada por Yair Lapid, líder do partido Yesh Atid, de centro; com Naftali Bennett, do Yamina, de direita; contra o atual mandatário. No dia 2 de junho, ele conseguiu firmar uma união majoritária ao ganhar apoio do direitista Naftali Bennett, em uma coalizão antes vista como improvável.
Lapid deu início à formação da aliança, que ganhou força em 30 de maio, quando Bennet declarou apoio ao grupo, que já contava com partidos que vão da direita nacionalista à esquerda radical, e inclui o centro e a minoria árabe. Netanyahu é do direitista Likud.
Segundo o acordo, Lapid e Bennett dividirão o cargo de primeiro-ministro em rodízio. Bennett servirá nos primeiros dois anos, enquanto Lapid servirá nos últimos. O partido de Naftali Bennett, o Yamina, tem somente sete das 120 cadeiras do Knesset. O acordo histórico também inclui um pequeno partido islâmico, a Lista Árabe Unida, que o tornaria o primeiro partido árabe a fazer parte de uma coalizão governista.
Bennett liderará uma aliança ideologicamente variada, que abrange desde a extrema esquerda até a direita mais intransigente e inclui - pela primeira vez na história de Israel - um partido árabe independente.
Para que esse novo governo seja efetivado, a maioria parlamentar deverá aprovar essa aliança. Caso contrário, os israelenses participarão de um quinto processo eleitoral em pouco mais de dois anos.
O primeiro-ministro tentou pressionar os comandantes da coalizão emergente para desertar e se juntar a seus aliados religiosos e nacionalistas.
— Estamos testemunhando a maior fraude eleitoral da história do país — disse Netanyahu aos parlamentares do Likud, no último domingo (6).