A África do Sul anunciou neste domingo (13) que terá que descartar 2 milhões de vacinas da americana Johnson & Johnson (J&J) por um problema durante sua fabricação nos Estados Unidos. O país acabou de entrar na terceira onda da pandemia de covid-19 e está atrasado em sua campanha de vacinação.
Em comunicado, a agência reguladora sul-africana de medicamentos SAPHRA informou que "tomou a decisão de não distribuir as vacinas produzidas a partir dos lotes de componentes inadequados".
As autoridades americanas haviam anunciado na sexta-feira (11) que "vários lotes" da vacina, fabricada em Baltimore, nos EUA, e cuja produção teve de ser interrompida há várias semanas, deveriam ser descartados.
Em março, testes realizados na fábrica americana revelaram que produtos que entram na composição da vacina AstraZeneca, fabricada no mesmo local, foram misturados erroneamente às vacinas J&J, causando a contaminação de milhões de doses e deixando-as inutilizáveis. Outros lotes ainda precisam ser analisados.
Neste sábado (12), a ministra da Saúde da África do Sul, Mmamoloko Kubayi-Ngubane, disse a repórteres que "dois pacotes lacrados, representando 2 milhões de doses, estavam guardados no armazém de Gqeberha (ex-Port Elizabeth, Sul)".
— Não podemos negar que é um retrocesso em nosso programa de vacinação — acrescentou a ministra, que recentemente substituiu Zweli Mkhize, afastado após suspeitas de corrupção.
Uma entrega de 300 mil novas doses de J&J está prevista para terça-feira (15), disse Kubayi-Ngubane.
A África do Sul tem um estoque de 31 milhões de doses da vacina J&J de dose única para imunizar sua população de 59 milhões. A única vacina comprada pelo governo e aprovada pelas autoridades de saúde da África do Sul é a fabricada pela Pfizer. O país conseguiu obter 30 milhões de doses, mas essa vacina de duas injeções precisa ser armazenada em temperatura muito baixa.
Até o momento, 58 mil pessoas morreram de coronavírus no país africano e foram vacinadas apenas pouco mais de 1% de sua população.