Um ataque supostamente lançado por extremistas deixou pelo menos 30 mortos em uma aldeia no leste de Burkina Faso, um dos mais sangrentos lançados supostamente por jihadistas desde 2015, uma semana depois da execução de dois espanhóis e um irlandês nessa região.
"Um grande número de indivíduos armados atacou a aldeia de Kodyel (...), deixando várias dezenas de mortos na população civil", informou à AFP uma fonte de segurança.
Um encarregado regional do grupo de autodefesa local, os Voluntários da Defesa da Pátria (VDP), confirmou o ataque, registrando pelo menos "de 20 a 30" mortos.
"É um balanço provisório, já que as pessoas fugiram da aldeia", disse, pro sua vez, um membro deste grupo de civis que apoia o exército na luta contra os jihadistas.
Este último também evocou "cerca de 30 mortos, homens e mulheres", e informou que havia "cerca de vinte feridos, vários deles gravemente".
"Este massacre poderia ter sido evitado", já que "foi alertada há dias a presença de terroristas na região", acrescentou, assegurando que alguns tinham ameaçado os moradores do local que os denunciavam ou incentivavam os voluntários que lutam contra eles.
A fonte de segurança afirmou que "foi posto em andamento uma operação para garantir a segurança da população e localizar estes indivíduos quando os VDP dessem o alerta".
O funcionário local dos VDP disse à AFP que "o ataque ocorreu mais cedo esta manhã, quando algumas pessoas ainda estavam em suas casas".
"Dezenas de homens invadiram o povoado e atearam fogo às casas, enquanto outros vigiavam, dispararam contra as pessoas indiscriminadamente", explicou.
Cerca de 15 pessoas que ficaram feridas no ataque "foram levadas ao hospital de Fada N'Gourma", acrescentou.
Este ataque é um dos mais sagrentos desde o início de ações de extremistas islâmicos em Burkina Faso, há seis anos, e ocorre uma semana depois de uma emboscada a uma patrulha contra a caça ilegal no eixo Fada-N'Gourma-Pama, no qual foram mortos dois jornalistas espanhóis e um defensor da fauna irlandês, "executados por terroristas", segundo as autoridades burquinenses.
Burkina Faso, o país mais pobre da África ocidental, registra ataques jihadistas desde 2015, assim como seus vizinhos Mali e Níger, realizados por grupos afiliados ao grupo Estado Islâmico (EI) ou à rede Al-Qaeda.
* AFP