As autoridades de Belarus reiteraram nesta segunda-feira (24) que atuaram de maneira legal quando desviaram um avião com um dissidente a bordo e acusaram os países ocidentais de apresentar acusações "infundadas" por motivos políticos.
"Não há dúvida de que as ações de nossas autoridades competentes (...) cumpriram plenamente as normas internacionais estabelecidas", afirmou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Anatoly Glaz, em um comunicado, no qual acusa o Ocidente de "politizar" a situação.
"Estão fazendo acusações infundadas", acrescentou Glaz, antes de afirmar que foi "triste" que os passageiros "tenham enfrentado alguns inconvenientes.
"No entanto, as normas de segurança da aviação são uma prioridade absoluta", completou.
O governo do presidente Alexander Lukashenko provocou uma onda de protestos no Ocidente depois de desviar para Minsk o avião da Ryanair que viajava entre Atenas e Vilnius, para deter um passageiro, o jornalista dissidente Roman Protasevich.
As autoridades afirmaram que o avião teve que fazer um pouso de emergência na capital bielorrussa após um alerta de bomba. Mas a ameaça de bomba era falsa.
União Europeia (UE), Estados Unidos e Reino Unido criticaram o incidente, que França e Irlanda classificaram nesta segunda-feira de "pirataria de Estado" e a Polônia chamou de "terrorismo de Estado".
Os líderes da UE devem abordar a questão nesta segunda-feira e possíveis sanções a Minsk, informou no domingo um porta-voz do Conselho Europeu.
Ao mesmo tempo, a Rússia se declarou surpresa com as acusações ocidentais contra Belarus.
"É surpreendente que o Ocidente considere que o incidente no espaço aéreo de Belarus seja surpreendente", escreveu no Facebook a porta-voz do ministério russo das Relações Exteriores, Maria Zakharova, antes de afirmar que os países ocidentais foram culpados no passado de "sequestros, pousos forçados e detenções ilegais".
* AFP