O site do principal meio de comunicação independente de Belarus, o TUT.BY, foi bloqueado pelas autoridades depois de uma operação de busca e apreensão à sua sede. A medida se dá em meio a uma ofensiva após os protestos sem precedentes no país em 2020.
O Ministério da Informação de Belarus relatou ter "acesso limitado" ao site TUT.BY "devido a várias violações da lei na mídia, especialmente a publicação de informações proibidas".
Os perfis no Facebook, Telegram e nas redes sociais ainda estavam ativos.
Antes disso, a editora-chefe do site, Marina Zolotova, havia informado que a sede da redação, assim como sua residência e a dos jornalistas, foram revistados por "agentes do Departamento de Investigações Financeiras (DFR) do Comitê de Controle do Estado".
O portal de informações indicou que pelo menos 13 de seus funcionários, principalmente jornalistas, contadores e um técnico de informática, foram presos.
O departamento, um poderoso órgão de investigação que persegue a oposição, disse em nota que a diretora da TUT.BY, Liudmila Chekina, foi objeto de processo penal por "fraude fiscal".
"Todos somos testemunhas do assassinato premeditado do meio independente e do portal de informação TUT.BY", denunciou na terça-feira a principal opositora, Svetlana Tijanóvskaya, exilada na Lituânia.
No poder desde 1994, o presidente Alexander Lukashenko enfrentou um vasto movimento de protesto contra sua reeleição em 2020, considerada fraudulenta pela oposição.
Nos últimos meses, Lukashenko promoveu uma campanha de repressão contra a oposição e contra os veículos da imprensa independente.
No verão e no outono de 2020, o movimento contra sua reeleição reuniu dezenas de milhares de pessoas nas ruas de Minsk e em outras cidades, uma grande mobilização para um país de apenas 9,5 milhões de habitantes.
O TUT.BY é o principal meio de comunicação independente do país e cobriu amplamente, com textos e imagens, o movimento de protesto e a repressão posterior.
No Twitter, o porta-voz da diplomacia dos EUA, Ned Price, criticou uma nova medida do regime de Lukashenko para "sufocar vozes independentes e punir jornalistas por sua cobertura honesta de assuntos atuais".
* AFP