As forças de Moçambique anunciaram neste domingo que mataram um "grande" número de rebeldes nas operações de retomada da cidade de Palma (nordeste), que caiu nas mãos de grupos extremistas islâmicos após um sangrento atentado em 24 de março.
"Ainda não acabou (...) mas um grande número de terroristas foi abatido", declarou o comandante das operações em Palma, Chongo Vidigal.
Onze dias atrás, grupos armados atacaram a cidade portuária estratégica, lançando uma ofensiva a poucos quilômetros de um megaprojeto de gás de bilhões de dólares administrado pelo grupo francês Total.
Na devastada cidade de 75 mil habitantes, o oficial acrescentou que podia sentir "o cheiro dos cadáveres de terroristas".
Nas imagens veiculadas pela televisão local, corpos podiam ser visto nas ruas, casas em ruínas e veículos explodidos. E também alguns civis recolhendo alimentos.
No ataque, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI), dezenas de civis, policiais e militares foram mortos, segundo dados oficiais.
O número real de vítimas é desconhecido.
Há dias, os militares tentam recuperar Palma, que caiu nas mãos dos rebeldes na noite de 26 de março, após o maior ataque desde o início da violência, há mais de três anos.
Desde então, milhares de soldados foram destacados, mas não conseguiram derrotar os insurgentes que aterrorizam a pobre província de Cabo Delgado, na fronteira com a Tanzânia.
Eles são conhecidos como Al Shabab ("os jovens" em árabe) e juraram lealdade ao EI.
O último ataque causou cerca de 11.000 deslocados, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM). Mais de 670 mil pessoas já foram forçadas a deixar suas casas devido à violência na região, segundo a ONU.
* AFP