A polícia de Belarus prendeu dezenas de manifestantes e pelo menos cinco jornalistas neste sábado (27), de acordo com um grupo de defesa dos direitos humanos, quando a oposição retomou os protestos contra o regime de Alexander Lukashenko.
Os protestos eclodiram no ex-país soviético em agosto passado, depois que Lukashenko ganhou o sexto mandato presidencial em uma votação que a oposição e diplomatas ocidentais consideraram fraudada. No entanto, foram acalmados durante o inverno pela violenta repressão que resultou na prisão de milhares de manifestantes, na morte de vários deles e na imposição de longas penas de prisão a centenas de pessoas.
O canal da oposição no Telegram, Nexta, que mobiliza e coordena os manifestantes, convocou esta semana uma "segunda onda" de protestos para o sábado. O grupo de direitos humanos Viasna afirmou que até as 16h30, horário local (13h30 GMT), as agências de aplicação da lei prenderam pelo menos 37 pessoas, incluindo cinco jornalistas, em cidades de todo o país.
Em Minsk, os apoiadores da oposição deveriam se encontrar no centro da cidade no começo da tarde, mas a polícia os impediu, isolando várias ruas, além de uma praça e um parque, segundo um jornalista da AFP. Imagens que circulam nas redes sociais e veiculadas pela mídia local mostram o centro de Minsk fortemente vigiado pelos veículos militares.
De acordo com o Viasna, entre os jornalistas detidos estavam dois editores do site de notícias independente Tut.by. No começo do mês, o país prendeu um jornalista da Tut.by por seis meses após ele publicar relatórios médicos que vazaram mostrando que um manifestante - que morreu após ser detido pela polícia - não tinha álcool em seu organismo, como haviam afirmado as forças da ordem.
Na tarde deste sábado, o Nexta convocou os manifestantes a organizar ações espalhadas por suas cidades.
* AFP