A crise provocada pela pandemia gera acesso desigual às vacinas contra o coronavírus e, por isso, é necessário fortalecer a colaboração para acelerar a distribuição de doses, defendeu a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, nesta quarta-feira (24).
Em uma mensagem antes da reunião do G20 na sexta-feira (26), Kristalina instou os países a aumentarem a distribuição de vacinas, para garantir que a covid-19 esteja sob controle.
— Precisamos de uma colaboração internacional mais robusta para acelerar a implantação de vacinas em países pobres — afirmou ela, ressaltando em um texto publicado no blog da entidade que "os argumentos a favor de uma ação coordenada são esmagadores".
A diretora-gerente indicou que acelerar o fim da crise da saúde aumentaria a receita global em US$ 9 trilhões entre 2020 e 2025 e isso beneficiaria todos os países. Isso deve incluir financiamento para vacinas, suprindo países com escassez e aumentando a produção, observou.
Em todo o mundo, o número de mortos pela covid-19 está se aproximando de 2,5 milhões, de acordo com uma contagem da Universidade John Hopkins, e as restrições impostas pela pandemia devastaram algumas economias. Apesar de a distribuição de vacinas gerar expectativa de recuperação econômica ainda neste ano, o FMI prevê que nos países do G20 haverá perda de 25 milhões de empregos.
No final de 2022, a renda do capital nos mercados emergentes e países em desenvolvimento — excluindo a China — ficará 22% abaixo do nível pré-crise, em comparação com uma queda de 13% nas economias avançadas, o que significa que milhões de pessoas mergulharão na pobreza extrema, avisou Kristalina.
Os Ministros das Finanças do G20 e os presidentes dos Bancos Centrais vão se reunir por videoconferência para uma reunião na qual Roma será anfitriã. O objetivo é discutir o andamento da recuperação.
A instituição multilateral com sede em Washington estima que metade dos cerca de 110 países emergentes e em desenvolvimento verão suas receitas cair muito mais do que as economias avançadas até o final do próximo ano. E a crise induzida pelo vírus aumentará a diferença de renda nos países em desenvolvimento, especialmente porque milhões de crianças enfrentam interrupções em sua educação.
— Permitir que se tornem uma geração perdida seria um erro imperdoável. Isso também aprofundaria as cicatrizes da crise — alertou a diretora-gerente.