Governado pelo lendário sultão Qabus durante meio século até sua morte no ano passado, Omã tem um novo herdeiro de apenas 30 anos, algo incomum para este país. Dhi Yazan se junta à nova geração de jovens e influentes príncipes do Golfo.
Em uma região antiga governada por reis ou emires velhos, a ascensão de líderes jovens na Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos acompanha as transformações econômicas e diplomáticas de países ainda dependentes do comércio de hidrocarbonetos.
Filho mais velho do sultão Haitham do Omã, de 65 anos, que sucedeu Qabus no ano passado, Dhi Yazan Bin Haitham ocupa atualmente o cargo de ministro da Cultura, Esportes e Juventude.
Aos 30 anos, em virtude de um decreto recente, ele é o primeiro príncipe herdeiro da história moderna de Omã, onde as regras de sucessão estavam impregnadas de incerteza e envolviam negociações dentro da família reinante.
Nas redes sociais, muitos omanis, especialmente os jovens, receberam com satisfação sua nomeação como "sultão herdeiro".
O alcance de suas funções em relação a este status inédito ainda não está muito claro. Ele se conformará com suas responsabilidades ministeriais atuais? Ou terá grandes poderes de decisão, semelhantes aos dos príncipes herdeiros dos países vizinhos?
Nascido em Mascate e educado em Oxford, Dhi Yazan se incorporou ao ministério das Relações Exteriores em 2013. Enviado à embaixada em Londres, retornou ao seu país em agosto de 2020, a pedido de seu pai, para tornar-se um dos ministros mais jovens da região.
Assim como seu pai, é conhecido por ser um anglófilo, de voz doce e contemplativa, segundo Bader Al-Saif, professor adjunto de História na Universidade do Kuwait.
- Continuidade diplomática -
Nos países vizinhos, a chegada da nova geração anuncia uma nova era de ambições econômicas e políticas em uma região rica, mas com pouca ressonância em nível internacional.
Aos 33 anos, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita Mohamed Bin Salman, apelidado "MBS", considerado o líder de fato do país ultraconservador, impulsionou amplas reformas sociais e econômicas, acompanhadas, porém, de uma repressão contra os dissidentes e de uma diplomacia vista como errante.
Por sua vez, o emir do Catar, Tamim bin Hamad Al-Thani, que chegou ao poder em 2013, também aos 33 anos, tomou o controle de uma nação que desenvolveu uma estratégia de influência midiática e diplomática mundial, e se prepara para receber a Copa do Mundo de Futebol em 2022.
Comportamentos parecidos também são notados nos Emirados Árabes Unidos, com o príncipe herdeiro da capital Abu Dhabi, Mohamed Bin Zayed ("MBZ"), de 59 anos, e em Dubai, com o príncipe herdeiro Hamdan Bin Mohamed, que tornou-se uma verdadeira estrela das redes sociais.
* AFP