Os governos locais do Vale do México, região que inclui a Cidade do México e os Estados do México, Hidalgo e Tlaxcala, decidiram fechar os cemitérios para os visitantes entre os dias 31 e 3, feriado do Dia dos Mortos, uma data que atrai milhares de pessoas todos os anos. O objetivo das autoridades é evitar que a data se torne um grande vetor de novas contaminações pelo coronavírus.
A celebração, que ocorre nos dias 1.º e 2 de novembro, mistura rituais católicos e a crença pré-hispânica de que os mortos voltam uma vez por ano para o mundo dos vivos. Fiéis lotam cemitérios e praças públicas e muitos passam a noite ao redor do túmulo de parentes. A celebração atrai pelo menos 700 mil turistas todos os anos para a capital. "Nesta época, os cemitérios se tornam áreas de alto risco de contágio", disse o vice-ministro da Saúde, Hugo López-Gatell, na terça-feira. "A recomendação é evitar aglomerações."
Em algumas regiões do México, porém, as autoridades decidiram manter as visitas a cemitérios em nome da questão econômica, como é o caso do oeste do Estado de Michoacán, em locais como Pátzcuaro e Quiroga, onde a tradição está profundamente enraizada.
Um surto ocorrido em um casamento elegante em Mexicali, lembrou o vice-ministro, cidade fronteiriça com os EUA, serviu de alerta ao país. De acordo com autoridades municipais, pelo menos 100 pessoas que estavam na celebração foram infectadas.
López-Gatell acrescentou que as internações por covid-19 aumentaram nos últimos dias, o que reverteu uma tendência de queda iniciada no final de julho. Ele deu a entender que a detecção mais rápida do vírus pode ser responsável pelo aumento recente. "Temos sinais iniciais de que há um aumento da pandemia", afirmou.
Outra celebração tradicional também foi cancelada nesta semana. Na terça-feira, a Igreja Católica mexicana decidiu não realizar as cerimônias na Basílica de la Guadalupe, na Cidade do México, entre 11 e 12 de dezembro, para evitar a peregrinação maciça do Dia da Virgem.
Autoridades da Cidade do México, a maior metrópole do país e uma das maiores do mundo, alertaram que restrições mais rigorosas podem estar a caminho se a tendência de alta das internações persistir. De acordo com um levantamento em tempo real da Universidade Johns Hopkins, o México teve, desde o início da pandemia, 860 mil casos de covid-19 e 86,8 mil mortes. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.