A França, um dos países europeus mais afetados por feminicídios, afirmou nesta segunda-feira (25) que novas medidas serão implantadas para combater a violência de gênero. As mudanças foram anunciadas pelo primeiro-ministro Edouard Philippe, em alusão ao Dia Internacional de Combate à Violência contra as Mulheres.
Uma nova circunstância agravante será criada para os autores de violência que levar ao suicídio de suas vítimas, e a noção de "controle psicológico" será incluída em lei. Além disso, as regras que regem a confidencialidade médica serão alteradas para facilitar que os médicos apontem para as autoridades quando a vida de uma pessoa está em risco.
As novas medidas serão incluídas em um novo projeto de lei que os legisladores do partido presidencial apresentarão ao parlamento francês em janeiro. O governo alocará 360 milhões de euros anualmente para a luta contra a violência contra as mulheres.
No sábado (23), milhares de pessoas saíram às ruas em toda a França para dizer "basta" à violência de gênero e feminicídios. Desde o início de 2019, pelo menos 117 mulheres foram mortas por seu parceiro ou ex-parceiro na França, de acordo com um estudo caso a caso realizado pela AFP com base em relatos da imprensa.
No ano passado, foram contabilizados 121 feminicídios. Além disso, todos os anos, 213 mil mulheres são vítimas de violência física e/ou sexual por seus parceiros ou ex-parceiros, de acordo com os últimos dados oficiais.