Após três tentativas do primeiro-ministro Boris Johnson, o parlamento do Reino Unido antecipou as eleições gerais do país para o dia 12 de dezembro. Um acordo entre líderes dos principais partidos fez com que a proposta fosse votada e aprovada nesta terça-feira (29). A moção teve 438 votos a favor e 20 contra.
Na segunda-feira (27), a União Europeia aprovou a proposta de Boris Johnson de adiar a saída do Reino Unido de 31 de outubro para 31 de janeiro de 2020. No mesmo dia, Johnson tentou passar mais uma moção para convocar eleições antecipadas, mas ela foi derrubada. Um total de 299 deputados votou a favor a sua proposta e 70 contra, mas o primeiro-ministro não conseguiu os dois terços dos 650 deputados necessários por lei para que a moção passasse, ou seja, 434 votos.
Normalmente, convocações de eleições gerais feitas pelo governo precisam de uma maioria qualificada (dois terços do parlamento). Entretanto, quando apresentadas em um dia no qual atos fixados do parlamento (o equivalente a emendas constitucionais no Brasil) não estão sendo votadas, elas podem ser aprovadas por maioria simples. Dois dos principais partidos, os Liberais Democratas e o Partido Nacional Escocês, decidiram apoiar a emenda, levando o Partido Trabalhista, o principal da oposição, a aceitar o acordo.
É a primeira vez que o Reino Unido terá uma eleição em dezembro desde 1923. Com as sucessivas derrotas do conservador Boris Johnson, analistas ouvidos pelo jornal The Guardian afirmam que essa é a eleição mais previsível da história recente da política britânica.