Combatentes do Boko Haram mataram 65 pessoas em um ataque neste sábado (27) depois de uma cerimônia fúnebre em uma vila do nordeste da Nigéria. O número é quase três vezes maior que o balanço inicial de mortes, informou uma autoridade local.
Dezenas de corpos foram encontrados neste domingo (28) após o ataque de homens armados, na véspera, em um povoado perto da capital regional Maiguduri. Conforme o presidente do governo local, Muhammed Bulama, há 65 mortos e dez feridos.
Por volta das 10h30 (7h30 no horário de Brasília) de sábado, os insurgentes chegaram a bordo de três motocicletas e abriram fogo contra um grupo de homens que retornavam de uma vila próxima, onde haviam participado do funeral no distrito de Nganzai, a 90 km de Maiduguri.
Até ontem, 23 corpos tinha sido encontrados no local por milicianos e caçadores, depois que sobreviventes conseguiram chegar à sua aldeia para avisar, de acordo com um morador, Saleh Masida.
— As outras 42 pessoas foram assassinadas quando perseguiam os terroristas — declarou Bunu Bukar Mustapha.
O Boko Haram realiza ataques regulares nesta região, saqueando comida e queimando casas. Segundo Bulama, o ataque deste sábado foi uma represália à morte de 11 combatentes do grupo e à apreensão de 10 fuzis automáticos por moradores há duas semanas. Em setembro, insurgentes mataram oito pessoas e roubaram gado em duas aldeias do distrito de Nganzai.
O Boko Haram e o ramo dissidente afiliado ao grupo Estado Islâmico, Iswap, intensificaram os ataques contra civis e o exército nos últimos meses.
Na quinta-feira (25), membros da Boko Haram atacaram um campo de deslocados na periferia de Maiduguri, matando duas pessoas e saqueando suprimentos de comida depois de invadir a base militar próxima.