As autoridades do Sri Lanka tiveram a oportunidade de deter o líder do grupo responsável pelos atentados terroristas que ocorreram na Páscoa passada contra igrejas cristãs e hotéis, mas não fizeram isso, apesar da existência de vários indícios que permitiam a prisão.
O chefe dos serviços de Inteligência singaleses, Sisira Mendis, declarou diante de uma comissão de investigação parlamentar que abriu os trabalhos nesta quarta-feira (29) que os ataques poderiam ter sido evitados se a polícia tivesse detido Zahran Hashim, chefe do partido islamista local Thowheeth Jama'ath (NTJ).
"Tinha um discurso de ódio e foi denunciado às autoridades antes dos atentados", destacou Mendis. "A polícia poderia tê-lo detido apenas para interrogá-lo quando recebeu essas informações contra ele", acrescentou.
Segundo fontes oficiais, Hashim estaria envolvido em um violento confronto com um grupo muçulmano moderado, há dois anos na aldeia em que vivia no leste do Sri Lanka. Mas não foi detido na época.
Terroristas suicidas do grupo Thowheeth Jama'ath (NTJ) provocaram um massacre no domingo 21 de abril num ataque com explosivos contra hotéis de luxo e igrejas cristãs lotadas por conta das missas de Páscoa, matando 258 pessoas e ferindo outras 500.
O governo do Sri Lanka tem sido duramente criticado por não prevenir estes ataques, apesar de contar com informação prévia concreta fornecida pelos serviços de inteligência da Índia.
Dez dias antes dos ataques, o chefe da polícia, Pujith Jayasundara, advertiu que o TNJ poderia atacar igrejas e outros locais.
Mas nada foi feito, nem foram adotadas medidas de segurança, muito menos quando as autoridades locais receberam informação adicional da Índia, que havia interrogado um extremista detido, segundo fontes oficiais.
* AFP