Os lituanos votam neste domingo (26) no segundo turno das eleições presidenciais entre dois candidatos de centro-direita que prometem lutar contra as desigualdades sociais sem cair na tentação populista.
Ingrida Simonyte, deputada independente próxima dos conservadores e ex-ministra das Finanças, venceu o primeiro turno, em 12 de maio, o economista Gipsy Nauseda, um erudito novato na política.
Simonyte obteve 31,13% dos votos, contra 30,95% de seu rival. O primeiro-ministro Saulius Skvernelis ficou em terceiro com 19,72%.
Nestas eleições, que coincidem com as eleições para o Parlamento Europeu, os analistas apostam em Nauseda devido à sua independência, sua ampla experiência política e à sua personalidade.
"Gosto dos dois candidatos, mas votarei em Nauseda", disse à AFP Vilma Abromaviciene, de 63 anos, funcionária do setor financeiro em Vilna.
A Lituânia resiste à corrente eurocética. A maioria dos seus eleitores considera que a UE lhes trouxe prosperidade e segurança.
O vencedor substituirá a popular presidente Dalia Grybauskaite, que encerra seu segundo mandato consecutivo, o último permitido por lei.
As questões da vida cotidiana dominaram a campanha eleitoral.
Os dois candidatos prometeram reduzir o profundo fosso entre ricos e pobres neste país báltico de 2,8 milhões de habitantes, dos quais cerca de 30% estão em risco de pobreza ou exclusão social.
O crescimento deve chegar a 2,7% do PIB este ano, bem acima da média de 1,1% nos 19 países da zona do euro, da qual a Lituânia faz parte.
Ambos economistas, os dois candidatos se comprometeram a distribuir as riquezas do país de maneira mais equilibrada.
No entanto, Simonyte manteve distância das promessas de Nauseda de um "Estado de bem-estar social".
Este ex-assessor bancário de 55 anos, casado e pai de dois filhos, prometeu trabalhar por uma "Lituânia preocupada com todos, não só com os privilegiados".
Os críticos, por outro lado, censuram-no por sua inexperiência política e suas ligações com o mundo dos negócios.
Simonyte, de 44 anos, pode contar com um forte apoio na capital.
Em 2009, como ministra das Finanças, foi a arquiteta das medidas de austeridade para lidar com a crise que reduziu a economia lituana em quase 15%. Ela impôs severos cortes nas aposentadorias e nos salários públicos. Um passado que pode influenciar seu resultado.
Liberal nas questões sociais, Simonyte apoia o casamento entre pessoas do mesmo sexo, num país de maioria católica.
Jovita Kumstyte, de 45 anos, funcionária de uma empresa farmacêutica em Vilna, votará em "sua experiência política, suas posições liberais e por solidariedade feminina".
O presidente lituano dirige a diplomacia e a defesa, tem direito de veto, mas deve consultar o governo ou o primeiro-ministro para nomear altos funcionários.
Gitanas Nauseda e Ingrida Simonyte apoiam a adesão da Lituânia à UE e à OTAN, vistos como protetores contra a Rússia.
* AFP