Uma explosão em um ônibus turístico deixou pelo menos 17 pessoas feridas neste domingo (19) nas proximidades das pirâmides egípcias de Gizé, a leste do Cairo. Segundo fontes médicas e da segurança, as vítimas eram originárias do Egito e da África do Sul.
Um explosivo foi detonado na passagem do ônibus turístico que circulava em Gizé, perto do local da construção do novo museu das antiguidades egípcias, nas proximidades das pirâmides.
Imagens feitas pouco depois da explosão mostram um veículo azul com os vidros quebrados e um ônibus branco com a parte traseira danificada.
— A explosão de um objeto estourou os vidros de um ônibus que transportava 25 pessoas da África do Sul e de um veículo que transportava quatro egípcios. Alguns passageiros dos dois veículos ficaram feridos, sem gravidade, e receberam atenção médica — informou uma fonte da segurança à AFP.
Em um ataque semelhante em dezembro, três turistas vietnamitas e seu guia egípcio morreram na explosão de uma bomba de fabricação caseira na passagem de seu ônibus perto das pirâmides de Gizé.
O ataque deste domingo acontece faltando pouco mais de um mês para o início da Copa das Nações Africanas, organizada no Egito de 21 de junho a 20 de julho.
A indústria do turismo, crucial para a economia egípcia, foi gravemente afetada pela instabilidade política e ataques após a revolta de 2011 que levou à queda do presidente Hosni Mubarak após 30 anos no poder. De 14,7 milhões em 2010, o número de turistas caiu para 5,3 milhões em 2016. Mas a indústria do turismo se recuperou desde 2017.
Na África do Sul, o porta-voz do departamento de Relações Internacionais, Ndivhuwo Mabaya, afirmou à AFP que "alguns sul-africanos podem ter sido afetados" pelo ataque ocorrido neste domingo. Ele, porém, não forneceu informações precisas sobre o número de feridos.
— O embaixador está tentando verificar as informações com as autoridades. Nós ativamos nosso mecanismo de resposta de emergência e abrimos uma linha telefônica para as famílias preocupadas em saber o paradeiro de seus parentes — acrescentou.
Desde a destituição pelo exército do presidente islamita Mohamed Morsi em 2013, as forças de segurança têm combatido grupos extremistas, incluindo o Estado Islâmico (EI), principalmente na península do Sinai (nordeste).
Apesar das centenas de detenções e condenações de pessoas acusadas de terrorismo, os ataques continuam a ocorrer esporadicamente.
As ONGs de defesa dos direitos humanos acusam com frequência o regime do presidente Abdel Fattah al-Sissi de recorrer à tortura e não garantir julgamentos justos para os processados.
O novo museu, Grand Egyptian museum (GEM), deverá ser inaugurado em 2020, após vários atrasos.