O ciclone Kenneth atingiu a região norte de Moçambique na quinta-feira à noite e deixou um morto, além de ter provocado vários danos materiais, um mês e meio após a passagem de outro ciclone, o Idai, que matou centenas de pessoas no país.
"Foi um ciclone de categoria 3, com ventos de 160 km/h. O Idai foi pior, era de de categoria 4", afirmou o porta-voz do Instituto Nacional de Meteorologia, Acacio Tembe.
Uma pessoa morreu na queda de um coqueiro em Pemba, a principal cidade da região norte e capital da província de Cabo Delgado, informou Antonio Beleza, do Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGC).
Na ilha de Ibo, onde vivem 6.000 pessoas, 90% das casas foram destruídas, informou o funcionário.
Antes da chegada do ciclone, os moradores da ilha buscara refúgio na fortaleza da localidade com mantimentos, informou a suíça Lucie Amr, proprietária de um hotel na região.
"Não espero encontrar meu hotel inteiro", lamentou.
Na cidade de Pemba, os ventos derrubaram vários coqueiros e empurraram os barcos até a praia de Wimbi.
Nesta sexta-feira, o Kenneth provocava ventos de 70 km/h no máximo, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, que rebaixou o fenômeno para tempestade tropical.
A previsão do tempo indica fortes chuvas para as próximas 24 horas, o que provoca o temor de inundações e deslizamentos de terra em Cabo Delgado, na fronteira com a Tanzânia, cenário desde 2017 de uma insurreição islamita.
A passagem do Idai pelo centro de Moçambique em março provocou mais de 600 mortes no país e quase 1.000 vítimas fatais nesta região da África. Milhares de pessoas ficaram desabrigadas.
* AFP